Todo 11 Tiene su 13
As eleições para governador e prefeito ocorreram neste domingo dia 23 de Novembro na Venezuela. Foi mais uma vitória da democracia. Nenhum incidente mais sério foi registrado e o PSUV (partido do presidente Chávez) saiu como grande vencedor, conquistando 17 dos 22 Estados do país.
Após o texto no qual expressei o que vi na minha visita à Venezuela, recebi muitas manifestações me criticando. Porém, em sua totalidade, de pessoas que obtém informações sobre aquele país advindas da Revista-Panfleto Veja e da Rede Globo de alien... ops, de televisão. A minha fonte sou eu. Não tenho de quem reclamar, o que relatei foi simplesmente o que vi. Mas, é preciso ponderar que a situação da democracia venezuelana não pode ser comparada a nossa. Afinal, o governo Chávez sofreu um de golpe de Estado realizado pelas elites daquele país. Aposto que o Governo brasileiro, assim como o de qualquer outro país, tomaria sérias precauções após verem a elite desprezar o Estado Democrático de Direito em nome de seus interesses.
A democracia não é um valor relevante para as elites. Ela serve enquanto políticos subservientes estiverem no poder. Quando este político a contraria, eles "cagam" para a democracia. Temos dezenas de exemplos aqui mesmo na América Latina. Parece que eles esquecem os anos de ditadura ao entonar a voz para bradar contra atos supostamente totalitários dos governos de esquerda latino-americanos. São lobos que, quando não controlam a "fazenda", se travestem de cordeiros, mas, na primeira oportunidade, mostram a sua verdadeira face.
Tem uma frase muito famosa na Venezuela que diz o seguinte: "Todo 11 Tiene su 13", numa referência ao golpe ocorrido. No dia 11/04/2002 Chávez foi retirado do poder, para ser carregado de volta pelo povo dois dias depois, no dia 13. Porém, o espírito democrata superou o trauma gerado pela direita fascista venezuelana. Esta mesma direita que desrespeita os princípios republicanos pôde se organizar. E se organizaram! Fizeram uma ampla frente, onde se aliaram todos os partidos de oposição. Enquanto milícias de esquerda foram sumariamente executadas quando seus planos de golpe foram descobertos, na Venezuela não. Lá os golpistas puderam se organizar e tentar se eleger pela via democrática, com todos os direitos conferidos aos demais partidos. Mas o povo venezuelano sentiu o gosto do poder e a direita sabe que sem trapaças será dificil conter a revolução socialista, bolivariana e DEMOCRÁTICA que ocorre no país.
Mais informações sobre as eleições venezuelanas do último domingo (fonte: Jornal Brasil de Fato):
Para Chávez, participação popular nas eleições reafirma seu governo
por Michelle Amaral da Silva última modificação 24/11/2008 16:05
O processo eleitoral se caracterizou pela participação massiva de eleitores.
24/11/2008
da Redação
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela divulgou, ainda na noite do domingo(23), o primeiro boletim oficial dos resultados das eleições regionais e municipais, nas quais registrou-se a participação de 65,45% da população, a mais alta de todos os processos eleitorais deste tipo realizados no país.
Nesta jornada de eleições regionais e municipais elegeu-se 603 cargos; sendo 22 governadores dos 23 Estados do país, 328 prefeitos e mais de 200 legisladores locais.
A atividade eleitoral foi caracterizou-se por uma massiva participação cidadã, que ficou explícita nas longas filas formadas fora dos centros de votação desde a madrugada do domingo, e que se estenderam, inclusive, depois do fechamento das mesas, marcado para as 16 horas.
Diante da presença de eleitores fora dos centros de votação, a CNE anunciou que tal como dispõe a lei eleitoral, todas aquelas mesas que tinham eleitores esperando para votar permaneceriam abertas.
Pela manhã, depois de exercer seu direito à votação, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, insistiu que o voto é um “dever moral” dos cidadãos e, assim, pediu para a população comparecer de forma massiva às urnas, esperar com “calma e paciência” os resultados e aceitá-los.
O presidente voltou a destacar que o sistema automático de votação venezuelano “é um dos mais transparentes e confiáveis do mundo”, visto que inclui “auditorias prévias, in situ, e posteriores”, testemunhas de mesa dos “mais variados partidos”, além de observadores internacionais.
Vitória do PSUV
O presidente venezuelano parabenizou, nesta segunda-feira (24), ao governista Partido Socialista Unido da Venezuela(PSUV) por sua vitória nas eleições regionais que se celebraram neste domingo(23), na qual ao todo conseguiu 17 dos 22 governos disputados.
“Esta foi a primeira prova de fogo do PSUV e segue como tem saído, com a vitória de 17 governos”, assinalou o presidente que também agradeceu ao povo venezuelano pela alta participação registrada nos comícios.
Também reconheceu a vitória da oposição no estado Miranda (norte), em Nueva Esparta (noroeste) e da prefeitura metropolitana Mayor de Caracas.
“Reconheço os resultados ao mais alto comportamento democrático. Oxalá que se dediquem a governar com transparência, com dignidade e com respeito todos esses estados sempre debaixo do poder da Constituição. Reconheço seu triunfo e espero que eles reconheçam ao chefe de Estado e ao processo que vive atualmente a Venezuela”, reiterou Chávez.
Chávez demorou um pouco para fazer o chamado a Antonio Ledezma, eleito prefeito de Caracas, para parabenizá-lo pela vitória e para pedir-lhe que “não volte pelos velhos caminhos do golpismo”.
Igualmente disse que começa uma nova etapa no socialismo Bolivariano pelo triunfo contundente deste domingo. “o povo me pede como líder que siga por este caminho democrático”.
“Esta é uma grande vitória do país e da Constituição, e oxalá que mais ninguém na Venezuela trate de sair do marco desta Constituição como já o fizeram durante os sucessos que se geraram durante os anos de 2002 e 2003”, advertiu o presidente.
O presidente rechaçou também as declarações dos setores da direita, que o acusam de ditador. “Continuem dizendo que Chávez é um ditador que maneja o CNE e as demais instituições, isso é falso (...) faço um chamado à oposição que voltem à razão e ponham os pés sobre a terra e se convençam que somos respeitosos”, manifestou o chefe de Estado.
Chávez se mostrou satisfeito pelo processo eleitoral deste domingo. Contudo, disse que poderia ser aperfeiçoado e abrir muitas mais mesas de votação para evitar as longas filas de cidadãos a espera para exercer seu direito à votação.
Neste domingo, mais de 16 milhões de venezuelanos foram às urnas para renovar as autoridades regionais e municipais do país, em um processo que contou com 65,45% da participação do eleitorado. (Com agências internacionais)
3 comentários:
Companheiro do MCA, motivado por seu comentário no meu blog, acabo de ler seu material sobre as eleições na Venezuela, é o outro lado da notícia, sempre omitido pela nossa grande mídia. Desde que estive três meses em Caracas, março a maio deste ano, passei a acompanhar com interesse o que costumo chamar de processo de integração soberana da América Latina, cujo principal líder é Chávez, demonizado quase diariamente pela mídia nacional (e internacional, é a mesma coisa). Durante esses três meses, de Caracas, escrevi bastante sobre este tema. Inclusive participei (e cobri para meu blog) das comemorações sobre o golpe de 11 (e 13) de abril de 2002.
Há um artigo meu sobre a suposta proibição dos Simpsons na Venezuela (aproveitado pelo site da Caros Amigos), que considero que mantém a atualidade. Na semana passada, durante encontro realizado em Caracas sobre a ação dos meios de comunicação, um jornalista espanhol, ao criticar o jornal de seu país El País como um veículo a serviço da oposição venezuelana, fez menção a esse episódio da série de TV norte-americana.
Além do meu blog, onde escrevo sobre qualquer coisa (o que pintar por onde estou viajando), tenho escrito ultimamente para o blog Mídia Baiana, um grupo de jornalistas e amigos que tenta acompanhar, com olhos críticos, o dia-a-dia de nossa imprensa. O endereço: anossamídia.blogspot.com.
Vamos em frente. A mídia grande pode muito, mas não pode tudo.
Jadson
Companheiro do MCA, motivado por seu comentário no meu blog, acabo de ler seu material sobre as eleições na Venezuela, é o outro lado da notícia, sempre omitido pela nossa grande mídia. Desde que estive três meses em Caracas, março a maio deste ano, passei a acompanhar com interesse o que costumo chamar de processo de integração soberana da América Latina, cujo principal líder é Chávez, demonizado quase diariamente pela mídia nacional (e internacional, é a mesma coisa). Durante esses três meses, de Caracas, escrevi bastante sobre este tema. Inclusive participei (e cobri para meu blog) das comemorações sobre o golpe de 11 (e 13) de abril de 2002.
Há um artigo meu sobre a suposta proibição dos Simpsons na Venezuela (aproveitado pelo site da Caros Amigos), que considero que mantém a atualidade. Na semana passada, durante encontro realizado em Caracas sobre a ação dos meios de comunicação, um jornalista espanhol, ao criticar o jornal de seu país El País como um veículo a serviço da oposição venezuelana, fez menção a esse episódio da série de TV norte-americana.
Além do meu blog, onde escrevo sobre qualquer coisa (o que pintar por onde estou viajando), tenho escrito ultimamente para o blog Mídia Baiana, um grupo de jornalistas e amigos que tenta acompanhar, com olhos críticos, o dia-a-dia de nossa imprensa. O endereço: anossamídia.blogspot.com.
Vamos em frente. A mídia grande pode muito, mas não pode tudo.
Jadson
Atenção Lito "Tchê" Solé, escrevi artigo para Mídia Baiana (anossamidia.blogspot.com) sobre as eleições da Venezuela, criticando a grande mídia. Pode interessar aos leitores de seu blog. Não sei se já está postado.
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