terça-feira, 25 de agosto de 2009

Mais uma morte no campo...

De um lado 232 policiais militares mau remunerados, com pouco preparo e com uma falsa cultura de que estão lidando com bandidos. Do outro, cerca de 270 sem-terras, entre os quais muitas mulheres e crianças, todos lutando por um futuro melhor, porém mau dirigidos por pessoas com boas intenções mas pouca instrução. Óbvio que estes conflitos não podem acabar bem.

O resultado foi mais uma morte no campo!

O MST lutou muito pela reforma agrária e se não fosse pela pressão exercida não teríamos avançado nada na divisão das terras no Brasil. Mas quando se escolhe a violência, não pode se colher resultado diferente. Por certo que a violência também atinge as casas e barracos de todos os explorados do Brasil e do mundo. Precisamos sim de uma reação.

No entanto, muitos confundem pacifismo com servilismo, o que Gandhi nos ensinou que são coisas muito diferentes. Quando precisou, até Gandhi soube ser agressivo. O MST hoje vive grandes contradições. A vitória não virá a partir do campo e o conflito com policiais e fazendeiros apenas expõe as já sofridas famílias a violências e tragédias. A pressão deve ser exercida aonde está o poder da caneta. O governo Lula, apoiado pelo MST, é um dos culpados por mais esta morte no campo. Se um terço das mortes que ocorrem nos campos fossem na frente dos palácios dos governadores e presidentes muita coisa já teria mudado neste país.

O governo federal dá a mão direita ao Sarney e a mão esquerda ao MST, porém segue dando as costas ao povo. Quem continua a sua sina de sofrimento são as pobres famílias dos mártires da luta pela reforma agrária. Espero que mais esta morte não caia no esquecimento e que no próximo Abril, ao invés de promover invasões e mais conflitos inócuos, o MST lembre seus mártires sem os multiplicar.

Consulta Popular e Democracia Direta!

Coluna da Taline Opptiz, Correio do Povo, segunda 24/08/2009:

Descontente com episódios relativos ao Pontal, há mais de quatro meses, quando sancionou a proposta, Fogaça afirmou que 'não importa quantas pessoas irão participar da consulta. Esta cidade tem opinião e quem, no futuro, quiser se manifestar, não poderá dizer que está falando em nome da cidade. Tenho certeza de que ninguém gostaria de construir ali contra a opinião e os sentimentos da população'. Pois os porto-alegrenses deveriam então terem sido ouvidos antes e sobre a totalidade do projeto.

Concordo com a jornalista. Deveríamos ter sido ouvidos sobre a totalidade do projeto. A consulta deveria ter sido mais divulgada na mídia. Os locais de votação poderiam ser melhor organizados. Enfim, há muito que melhorar. Porém, a consulta popular é uma filosofia que deve ser intensificada. Temas específicos como o do pontal poderiam ser decididos pelos vereadores, como representantes eleitos. Caberia a população decidir sobre temas polêmicos e decisivos ao futuro da cidade, como, por exemplo, o nosso plano diretor. Intensificar a participação da população é uma forma de conscientização. Assim podemos criar uma cultura de fiscalização e comprometimento. Jogar a responsabilidade nas costas dos políticos e ficar sempre como espectador é fácil. Vamos assumir a nossa responsabilidade! Participar e cobrar!

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Vitória "acachapante"!!!

A decisão soberana dos moradores de Porto Alegre demonstra as léguas de distância que os nossos "representantes" estão da população. São eleitos a partir de uma frágil democracia, que sem mecanismos de controle e com sistema eleitoral confuso, podem fazer o que querem. Inclusive, vender votos para as construtoras. É uma pena que a Lei de 2002, que autorizou a construção de prédios comerciais na nossa orla, também não passou pelo crivo popular. Mas, a vitória "acachapante" do não foi uma mostra do que os portoalegrenses querem para a sua cidade: desenvolvimento sustentável. Não achamos que modernidade significa encher de espigões na orla do Guaíba! Nos países mais desenvolvidos esta noção está superada e os espigões são construídos em bairros projetados para recebê-los, sem afetar o meio ambiente urbano, tampouco o natural. Sigamos o exemplo de Paris e o bairro "La Defense", colocando os espigões em locais adequados. A orla do Guaíba é de todos portoalegrenses e o pôr-do-sol também, afinal não queremos que a sombra dos espigões faça o nosso SOL se pôr mais cedo...
Esta consulta foi uma mostra de como a democracia pode ir muito além da parca noção que temos. Viva a democracia! Mas democracia direta, não a hipocrisia dos representantes eleitos com o dinheiro das construturas às custas da ignorância de parte da população.



Notícia do Clic RBS:
Área do Estaleiro Só terá apenas prédios comerciaisPorto-alegrenses votaram "não" à construção de residenciais no local

A consulta pública deste domingo sobre a construção ou não de prédios residenciais na área do antigo Estaleiro Só resultou com uma vitória esmagadora do "não": 18.212 votaram para que o projeto tenha apenas áreas comerciais. A favor das residências, apenas 4.362. A votação ocorreu das 9h às 17h em 330 urnas distribuídas em 89 locais.

Movimentação cresceu durante a tarde. Veja mais fotos

O total de votos válidos foi 22.574 (com 22.619 eleitores). A consulta teve ainda 23 votos brancos e 22 nulos.

Após o anúncio da vitória do "não", o vice-prefeito José Fortunati agradeceu o apoio dos servidores e dos envolvidos com a consulta pública. E antecipou:

— A consulta pública veio para ficar em Porto Alegre.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Domingo VOTE NÃO à privatização da nossa Orla!

Leia aqui o texto da vereadora Fernanda Melchiona publicado hoje no jornal Correio do Povo:

Consulta popular: um voto em defesa do pôr do sol

Neste domingo a população de Porto Alegre vai decidir sobre o futuro da área da Ponta do Melo (onde ficava o Estaleiro Só). Em uma consulta popular seremos questionados se concordamos com o uso residencial da Orla do Guaíba na região. Não será questionado o uso comercial da área, que já é permitido desde 2002. A decisão é restrita, mas mesmo assim é fundamental dizermos não. Motivos não faltam!


A proposta que permite a construção de grandes prédios naquela área entrou em tramitação na Câmara no ano passado – com uma rapidez incomum. Neste ano, em março, foi à votação. Evidentemente, foi aprovada. Mesmo com a pressão de estudantes, ambientalistas e grande parte da população, os interesses comerciais e especulativos prevaleceram. Só 10 dos 36 vereadores foram contrários. Aí o prefeito vetou e, para a surpresa de toda a população, apresentou o mesmo projeto! Aprovado novamente. Mas o projeto que veio da prefeitura tinha um diferencial: propunha a realização de um referendo. A maioria dos vereadores, no afã de defender o projeto do pontal, desconsiderou até mesmo o referendo e o substituiu por uma consulta popular, com bem menos critérios e fiscalização.


É claro que a consulta não envolve apenas a escolha da população por áreas residenciais ou não na Orla. Há muitos interesses por trás da votação de domingo. Mas a população já escolheu: quer Orla pública! A legislação estadual, nacional e internacional nos ampara. Não devem ser feitas construções nas margens dos rios. Ou mesmo de lagos, se é assim que querem chamar.


Mas só o voto no “não” não basta. É necessário revogar a lei 470, de 2002, que permite o uso comercial da área do Pontal. E é isso que eu e o vereador Pedro Ruas estamos propondo na Câmara de Porto Alegre e que só conseguiremos aprovar se tiver muito apoio popular.


Enquanto o projeto tramita, o que podemos fazer é votar na consulta popular. Defender o ambiente e defender a Orla, de forma alguma, opõe-se ao desenvolvimento. Queremos para Porto Alegre desenvolvimento sustentável. Queremos preservar o Guaíba, suas margens e nosso acesso ao rio.


Quando a especulação imobiliária ganha, quem perde é a cidade. E nossa Orla nós não vamos perder! Se querem privatizar nosso pôr do sol, vão ouvir um grande e uníssono NÃO!

sábado, 8 de agosto de 2009

Façamos História! FORA YEDA!!!

O MPF foi cobrado a se manifestar a assim o fez. Ficou evidente que eles não estavam satisfeitos em participar daquele “circo”, como denominou a nossa governadora. Por óbvio que, assim como eu, eles prefeririam estar divulgando que tudo não passou de um equívoco. Sim, que aqueles 30 milhões do DETRAN seguem nos cofres públicos. Mas, infelizmente, não foi o que aconteceu!

Pois bem. O MPF pediu com todas as letras o afastamento da governadora Yeda. As últimas gravações divulgadas pela Zero Hora (sai neste sábado) e pela Revista Época acabam com qualquer dúvida que os mais céticos poderiam manter. A situação é insustentável!

No entanto, não podemos ficar reféns da falsa legalidade que é o nosso Estado Democrático de Direito, tampouco ficar esperando a renúncia da governadora. A história ensina que se o povo não se mobiliza a elite acomoda tudo de acordo com os seus interesses. Não há dúvidas sobre o lado de Yeda e para quem ela está governando nestes quase 3 anos. Pedágios, construtoras, multinacionais da monocultura dos eucaliptos, setor privado do ensino (colégios e faculdades), imprensa, todos estão satisfeitos com a Yeda e o seu (des)governo. No que depender deles, tudo continua como está. A corrupção é apenas a contrapartida necessária que ela precisa receber para atender aos seus interesses. “Deixem ela trabalhar, afinal todos roubam mesmo”. É isso que vão tentar nos vender! Mas, não podemos cair nesta cilada do “inevitável”. É evitável sim! E podemos fazer história.

Está em nossas mãos. Podemos nos tornar o primeiro Estado brasileiro, quiça da América ou do mundo, a derrubar o seu governador por corrupção! Sim, que nossas façanhas sirvam de modelo à toda terra! Nenhuma paulista vai vir no nosso Estado roubar o nosso dinheiro e sair impune. Não se iludam com as nossas instituições, apenas um brado retumbante será capaz de devolver a dignidade ao povo gaúcho. Lembrem que se avizinha o mês de setembro, quando surgiu a centelha farroupilha. Não vamos deixar que os nossos antepassados, que tanto lutaram por esta terra, decepcionem-se com quem carrega o seu legado. Façamos história! Vamos à rua mostrar como foi forjado o nosso povo.

A luta não é somente contra a Yeda. É contra todas Yedas, Sarneys, Collors, Renans, Dirceus, Delúbios, Záchias, enfim, é por um sonho. Um sonho de justiça.

FORA YEDA!