De um lado 232 policiais militares mau remunerados, com pouco preparo e com uma falsa cultura de que estão lidando com bandidos. Do outro, cerca de 270 sem-terras, entre os quais muitas mulheres e crianças, todos lutando por um futuro melhor, porém mau dirigidos por pessoas com boas intenções mas pouca instrução. Óbvio que estes conflitos não podem acabar bem.
O resultado foi mais uma morte no campo!
O MST lutou muito pela reforma agrária e se não fosse pela pressão exercida não teríamos avançado nada na divisão das terras no Brasil. Mas quando se escolhe a violência, não pode se colher resultado diferente. Por certo que a violência também atinge as casas e barracos de todos os explorados do Brasil e do mundo. Precisamos sim de uma reação.
No entanto, muitos confundem pacifismo com servilismo, o que Gandhi nos ensinou que são coisas muito diferentes. Quando precisou, até Gandhi soube ser agressivo. O MST hoje vive grandes contradições. A vitória não virá a partir do campo e o conflito com policiais e fazendeiros apenas expõe as já sofridas famílias a violências e tragédias. A pressão deve ser exercida aonde está o poder da caneta. O governo Lula, apoiado pelo MST, é um dos culpados por mais esta morte no campo. Se um terço das mortes que ocorrem nos campos fossem na frente dos palácios dos governadores e presidentes muita coisa já teria mudado neste país.
O governo federal dá a mão direita ao Sarney e a mão esquerda ao MST, porém segue dando as costas ao povo. Quem continua a sua sina de sofrimento são as pobres famílias dos mártires da luta pela reforma agrária. Espero que mais esta morte não caia no esquecimento e que no próximo Abril, ao invés de promover invasões e mais conflitos inócuos, o MST lembre seus mártires sem os multiplicar.
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