terça-feira, 6 de janeiro de 2009
A Doença do Concurso Público!
"Este está com a vida ganha!" Quantas vezes não ouvimos este comentário a respeito de alguém que foi aprovado em um concurso público? Presenciamos atualmente uma verdadeira “cruzada” pelo emprego estatal. Milhares de pessoas que se dedicam a disputar vagas em concursos públicos marcam a sociedade brasileira neste início de século. O sonho da maioria da classe média não é abrir um negócio, tampouco fazer carreira na iniciativa privada. Se por um lado a dificuldade de obter os recursos para os investimentos iniciais e a alta carga tributária nos afastam do empreendedorismo, por outro, deparamo-nos com a total falência do emprego privado. Pontuais reformas na legislação trabalhista transformaram o emprego privado em algo sem nenhuma estabilidade. Se já não fosse suficiente o medo que nosso empregador, ante as inúmeras crises do capitalismo, tenha que fechar unidades ou reduzir o efetivo, estamos sempre a mercê do humor do patrão. No fim, mesmo após anos de dedicação, podemos ser demitidos a qualquer momento. Basta apenas que pague a irrisória multa do FGTS que não precisam nem nos dizer o motivo da demissão. Isso sem falar nos salários oferecidos pela iniciativa privada, sempre inferiores aos pagos pelo Estado, mais uma decorrência dos altos índices de desemprego. Por tudo isso, a busca pela vaga pública se tornou o alento da classe média. O concurso público se tornou um negócio que envolve muito dinheiro. Desde as empresas que realizam as provas, até os cursinhos preparatórios, todos faturam alto com o sonho da vaga pública. O medo do mercado acirrado e a segurança proporcionada pelo emprego público infestam a nossa mente atrás desta doença que desvela a crise estrutural do capitalismo e da iniciativa privada. Ninguém mais quer um emprego numa multinacional. A qualquer momento sabemos que ela pode fechar as suas portas e se instalar em outro país. A legislação trabalhista já não mais nos ampara. Foi e está sendo tão “flexibilizada” que o “emprego privado” já está perdendo espaço até para a informalidade. Preferimos viver de “bicos” a depender de alguém que explora, paga mal e não nos fornece segurança. Mas a “viúva” sempre paga a conta pelas crises privadas. A iniciativa privada não pode fornecer estabilidade e salário digno, mas o Estado pode. Sendo assim, o melhor é nos acometermos pela doença do concurso, que, afinal, já se tornou uma epidemia... Aliás, melhor eu parar de escrever... Estou me sentido um pouco febril...
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2 comentários:
Concurseiros de plantão esgotam todos seus recursos para alcançar um cargo público, mas seus esforços acabam no momento em que conseguem o emprego.A maioria respaldados pela maldita estabilidade,passam a exercer sua incopetência e desinteresse pelo trabalho , não fazendo ,sequer, jus aos polpudos salários.
Ante o problema, a solução com certeza não é o preconceito. Muitos concursados realizam bem o seu trabalho. O problema é estrutural e o sistema é o alvo, não os trabalhadores!
Abs.
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