Mais uma vez a imaturidade da nossa democracia e a alienação do nosso povo nos coloca numa encruzilhada nas eleições. A única proposta que realmente representava uma mudança na velha forma de fazer política foi derrotada em Porto Alegre. Uma derrota vitoriosa, é verdade. Entre as promessas de sempre de creches e escolas, destoava do discurso convencional as propostas da Luciana Genro. A redução em 70% dos Cargos de Confiança, que financiam a corrupção entre os partidos, a redução em 50% das verbas em publicidade, que financiam a corrupção entre os partidos, e a criação de um conselho autônomo para fiscalizar a prefeitura, buscando coibir a corrupção entre os partidos, eram propostas novas e que aumentariam enormemente o poder de investimento do Estado nas áreas sociais. O povo e a democracia (influenciada pela força financeira dos partidos) ainda não estavam prontos para estas propostas. Porém, os 10% de votos conquistados pela Luciana nos mostram que há um futuro promissor pela frente. Foi uma derrota vitoriosa. No entanto, a nossa falsa democracia, embora imatura e cheia de falhas, merece a nossa participação até nas situações mais complicadas, o que nos remete para o problema do 2º Turno em Porto Alegre. Dois candidatos que pouco podem acrescentar em evolução à nossa cidade buscam acirradamente o nosso voto. São eles: José Fogaça do PMDB e Maria do Rosário do PT. Ambos representam o que há de mais sujo na política. Ambos não propuseram propostas sérias para combater o maior problema das administrações públicas: a corrupção. Ambos comandam partidos que incharam a máquina pública, a fim de se financiar através dos Cargos de Confiança, e nenhum dos dois promete a redução deste contingente que consome 30 milhões ao ano dos cofres públicos.
A esquerda radical trata de enquadrá-los como “farinha do mesmo saco”, pregando o voto nulo como única alternativa. Será? Ante a fragilidade dos candidatos, devemos observar com atenção o entorno que envolve as suas candidaturas. Fogaça já conta com o apoio de toda a direita tradicional, como o DEMOcratas e o PP de Onix, o PSDB de Yeda e o PPS do Britto & Cia. Os partidos de Centro, como o PSB e o PC do B de Manuela, tendem a apoiar a candidatura de Maria do Rosário. Isto seria um indicativo de que a esquerda, caso não opte por anular o voto, deveria votar na candidata petista. É claro que estaríamos pensando tão-somente com a razão, pois a questão emocional pode intervir em alguns casos. Como, por exemplo, dos militantes do PSOL que, sendo dissidência do PT, ainda guardam certo rancor pela mudança de lado deste partido.
Não há dúvidas de que o 2º Turno se apresenta como uma encruzilhada para a esquerda. A possibilidade de se anular o voto surge com força, porém algum sentimento escondido pode aparecer no escurinho da urna. A indefinição segue até mesmo no nosso interior e talvez só tenhamos a resposta de nossa preferência na divulgação do resultado final. Um sorriso de canto de boca não nos deixará mentir para nós mesmos. Temos preferência sim, apenas não queremos expô-la. Afinal, fazer campanha para ladrão não dá!
6 comentários:
Eu pensei em viajar e justificar o voto hehehe
Eu, por ser uruguaio e não ter feito os documentos de nacionalização, não voto... mas - e aproveitando o nome do teu blog - não me considero alienado, e discuto bastante com quem posso influenciar.
A questão é que, se tivesse que votar, não saberia em quem... tal é o escaso apelo e a falta de confiança em ambos candidatos. A minha postura, então, tem sido a de discutir, sendo sempre "do contra" para, pelo menos, ajudar a refletir.
Um abraço
Saul
Pois é... eu ia aproveitar pra viajar tb... mas resolvi votar. Por pior q sejam as opções e por pior que seja a nossa democracia atual acho que temos que participar.
Nem que seja discutindo, como o Saul!
Adorei seu blog, acabei encontrando através de uma pesquisa no google para uma nova postagem no meu blog sobre alienação.
De uma passada lá no meu blog, e se estiver interessado podemos fazer uma parceria.
Encruzilhada viveu Florianópolis.
De um lado Dário Empresário Berguer, PMDB, ex-PSDB, ex-PFL, ex-PL. Contra Esperidião Amim, PP... Vocês até que estavam bem na fita! O corenelismo aqui, a falta de atitude acolá! Isso aqui ô ô, é um pouquinho de Brasil iaiá!
Pois é... a situação em Floripa é mais complicada ainda... talvez um pouco reflexo da recente expansão da cidade. Aposto que muitos que se mudam pra Floripa preferem não transferir o título e justificar o voto.
Temos que ser protagonistas da política do nosso país senão sempre os mesmos seguirão dando as cartas...
Abs.
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