segunda-feira, 15 de setembro de 2008

A propaganda eleitoral, gratuita?

A propaganda política que emociona (!).


Sentado em frente à TV assisto a propaganda política começar. Espero poder ver propostas, discussão política, divergências ideológicas... Mas, o que vejo é a triste história de uma mulher que acorda cedo, deixa o seu filho com uma vizinha adolescente e vai trabalhar. Ela fica horas na casa da sua patroa, amparando os filhos da mesma, até retornar ao lar e reencontrar o seu filho. Realmente é uma triste história. Em seguida aparece o candidato falando das milhares de mulheres que, assim como aquela da história, não têm aonde deixar os seus filhos quando saem para trabalhar. Aí se vão cerca de 4 minutos de propaganda PAGA PELO ESTADO (POR NÓS!).

A única conclusão que posso chegar diante disto é que está sobrando tempo de televisão para certos candidatos. Alguns simulam programas de perguntas e respostas, outros mostram longos clipes com incrível qualidade de arte, som e imagem e outros, como no exemplo acima, contam longas histórias das dificuldades vivenciadas pelos porto-alegrenses. E as propostas? Bom, não quero dizer que nenhum apresente propostas, elas são apresentadas por todos, mas em tempo nunca superior a 2 minutos. Considerando que temos 8 candidatos na capital e que alguns têm tempo inferior a 2 minutos, podíamos muito bem ter uma propaganda política de 15 minutos e SEM EDIÇÃO! A reforma política que tramita (com a rapidez de uma tartaruga) no congresso prevê que os programas políticos sejam gravados ao vivo e sem edição (ou seja, sem cortes). É olho no olho. Sem retoques, músicas apelativas e milhões de reais para clipes com imagens dos políticos abraçando os pobres (o que a maioria só faz em época de eleição).

Temos que politizar o debate e a própria propaganda política. Que tipo de contribuição traz para a democracia brasileira propagandas que tentam vender os políticos para o povão como se fossem sabonetes?

Precisamos da reforma política urgentemente, para, enfim, termos uma verdadeira democracia.

Bom, este é o meu desabafo e espero que as pessoas que concordem comigo façam ecoar a minha voz! Está sobrando tempo na propaganda dos políticos e quem paga isso somos nós.

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