sábado, 29 de maio de 2010

A Luta pela Abolição da Escravatura ainda Não Acabou!

Na semana em que a bancada ruralista da câmara utilizou todos os meios para evitar a votação da lei que pune os fazendeiros que se valerem de trabalho análogo ao escravo com a perda da propriedade, numa simples efetivação do princípio da função social da propriedade previsto na Constituição, considero oportuno que se reflita sobre a situação do trabalhador negro no Brasil.

Veja o artigo abaixo do jornalista Paulo Henrique Amorim:

O Brasil dos brancos é rico. Dos negros é muito, muito pobre!
http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2010/05/19/o-brasil-dos-brancos-e-rico-dos-negros-e-muito-muito-pobre/

Prof Paixão: quando o Brasil terá os índices do Brasil só dos brancos ?

O programa Entrevista Record Atualidade que a Record News exibiu ontem mostrou uma entrevista com o professor Marcelo Paixão, do Instituto de Economia da UFRJ.

Ele mostrou alguns dados que deveriam dar muito orgulho aos brasileiros (da elite):

Os negros brasileiros vivem seis anos menos que os brancos.

O número de analfabetos negros é o dobro do número de brancos.

A renda dos negros é a metade da renda dos brancos.

Os negros ficam dois anos a menos na escola que os brancos.

Se desmontarmos os números do IDH, índice do desenvolvimento humano, da ONU, veremos que se o Brasil fosse só dos brancos (O SONHO DA ELITE BRASILEIRA …) ficaria na 40a. posição do IDH.

O Brasil está na 70a.

Mas, se fosse só de negros, seria um país pobre africano e ficaria na 104a. posição.

Não, nada disso, nós não somos racistas.

Tanto assim, demonstra o professor Paixão, que entre 2003 e 2009 foram libertados 40 mil brasileiros.

Isso mesmo, amigo navegante, “libertados”, ou seja, abandonaram a posição de escravos, porque viviam em fazendas sob o regime servil: não recebiam remuneração para poder pagar dívidas impagáveis.

Desses 40 mil escravos, 73,5% eram negros.

Ora direis, mas o Brasil é um país negro.

Sim, 50,5% da população é negra.

Mas, dos escravos, 73,5% são negros.

Não, amigo navegante, o professor Paixão exagera.

Não, não somos um país racista.

A última coisa de que o Brasil precisa é de ações afirmativas, como, por exemplo, cotas para negros nas universidades.

Isso é recurso de país pobre, subdesenvolvido, como os Estados Unidos.

E viva a democracia racial do Brasil !

Viva !

Em tempo: para demonstrar que nós não somos racistas, recomendamos a leitura dos posts (EUA e Brasil se unem para combater o racismo. Ué, mas nós somos racistas ?, Chuíça (*): PMs de Serra espancam motoboy até a morte na frente da mãe e Polícia de Serra é racista e quis matar motoboy. Por que ele não criou uma Sec. de Segurança em SP? ) que tratam da morte do motoboy negro Eduardo, dentro de um quartel da PM de SP, e da transformação em réus, por crime racismo, dos PMS de São Paulo que mataram Alexandre, um motoboy negro.

Viva o Brasil !

Paulo Henrique Amorim

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Desabafo!

As vezes me sinto um alienígena. Não consigo entender nada que acontece aqui. Não consigo entender como as pessoas pensam o que pensam, como fazem o que fazem, como defendem o que defendem. Não consigo entender como funcionam as instituições. Não entendo como todos conseguem conviver com tanta hipocrisia e, pior, não entendo como parecem não perceber a hipocrisia de tudo que estão inseridos. Eu vejo tudo a minha volta. Eu leio tudo, assisto a tudo, ouço todos. Porém, parece que ninguém tem nada a dizer. Pelo menos nada de importante, nada com conteúdo. Assisto aos canais tradicionais e não consigo concordar com uma única palavra que é dita. Penso se não tinham pessoas mais qualificadas para se colocar na TV para falar sobre temas relevantes da política brasileira. Claro que existem, mas aonde estão? Porque não lhes dão espaço? Porque virou moda classificar os políticos como culpados pelo sistema falido do qual fazemos parte? Se me deixo levar pelas dúvidas, são perguntas atrás de perguntas, sem fim e sem respostas. O círculo nunca se fechará. Enquanto não for direcionado ao eixo, seguirá sendo um espiral decrescente. As pessoas criticam as conseqüências, mas não conseguem entender as causas dos problemas. Elas enxergam a corrupção, a violência, a miséria, mas não conseguem ver qual o motivo de existir tais mazelas. Existem tabus impossíveis de serem vencidos, o que impossibilita qualquer discussão séria. Então, o que fazer? (tento me reportar com esta vaga pergunta para – talvez ninguém esteja lendo, talvez eu mesmo – aqueles que escaparam da cegueira. Aqueles que conseguem enxergar que há uma causa comum para todos estes problemas e que ela reside na estrutura do sistema). Será que devemos silenciar? Tocar a vida para frente e lutar pela vitória individual, como todos fazem... Entendo que devemos buscar nossos iguais. Se alguém que está lendo isto pense como eu, deve se unir a mim. Talvez juntos possamos fazer algo. Talvez unidos possamos ao menos conversar, tirar conclusões, realizar sabotagens, fazer benevolências, sei lá... Fazer algo que afaste este sentimento de impotência. Vemos tudo errado, não vemos as coisas andarem rumo a algo positivo, mas não fazemos nada para mudar esta realidade. Isto gera uma grande angústia. Você está angustiado? Não sabe que rumo tomar na vida? Saiba que esta também é a causa do seu problema. Aliás, esta é a causa de todos os problemas atuais! Você se sente mal por ser gordo, por não ter dinheiro, por não ter marido, por não ter carro, por qualquer outro motivo. Saiba: a causa é a mesma. Somente com união, organização e coragem podemos mudar um pouco esta realidade. Temos que perceber que este pouco é fundamental. Porque nenhuma maratona se vence sem o primeiro passo. No entanto, no nosso caso, não há tiro de revólver para “dar a largada”. Alguém precisa dar o primeiro passo. Chamo vocês para isso. Alguém se habilita?