Não há mais dúvidas acerca do envolvimento da governadora nos escândalos de corrupção na Administração Pública estadual. Agora fica a pergunta: deixaremos como está?
Próxima mobilização: Segunda (11/08/08) às 12:30 na Praça da Alfândega em frente a Caixa.
Folha de São Paulo - 06/ago/2008
entrevista "É notório o envolvimento da governadora"
DA ENVIADA ESPECIAL A PORTO ALEGRE DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
Leia abaixo os principais trechos da entrevista em que o empresário Lair Ferst envolve governadora Yeda Crusius (PSDB) em fraude:
FOLHA - A troca de fundações foi fruto de decisão do governo? LAIR FERST - Não seria possível essa mudança sem orientação política de governo, sem respaldo político.
FOLHA - Do alto escalão? FERST - Do governo como um todo, na sua plenitude.
FOLHA - Da governadora? FERST - Na CPI do Detran, o próprio [ex-] presidente do Detran, Flávio Vaz Netto, disse que teve reuniões tratando deste assunto [com Yeda]. Ela se reuniu também com sindicatos de examinadores. É público e notório que houve o envolvimento da governadora neste processo. [...] Aparecerão nomes que não foram nem citados no inquérito. Há vários personagens que não foram citados que poderão a ter sua participação esclarecida.
FOLHA - Quem são? FERST - Não posso antecipar nomes nem conteúdos. Essas conversações se obrigam ao sigilo. Esse tipo de acordo [com o Ministério Público] só tem razão de ser para esclarecer pontos que a investigação não conseguiu.
FOLHA - Qual é a sua relação com o governo? FERST - Tenho amizade com a maioria dos integrantes do governo, mas isso não quer dizer que tenha qualquer vínculo com o governo. Uma relação de amizade que vem da campanha eleitoral. Depois da posse, me afastei bastante deste grupo e fui cuidar da minha vida. Até o dia da posse nós tínhamos um relacionamento muito intenso por conta da campanha.
FOLHA - E com a governadora? FERST - Inclusive com a governadora. Depois da posse, eu tive alguns encontros, algumas conversas com ela. Foram conversas sobre assuntos de amizade, não houve tratativas de cargos ou participação no governo.
FOLHA - Por que o sr. não falou isso antes? FERST - Eu procurei não potencializar essa relação em função do clima quente do debate político que se travou na CPI. Havia interesse claro de atingir o governo, eu não achava que era conveniente que eu servisse de munição para a oposição.
FOLHA - Por que deixou o PSDB? FERST - Para que eu ficasse livre de citações e vinculações políticas e para deixar o partido à vontade. Nem todo partido se sente à vontade com um filiado sub judice. Minha desfiliação tira um certo peso do partido.
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